Representantes de dez cidades baianas participaram de um encontro em Sergipe para discutir a regulamentação da soltura da espada e do barco de fogo, manifestações culturais típicas do Nordeste. A comitiva foi recebida por autoridades sergipanas e a reunião teve como objetivo fortalecer os laços culturais entre os estados, além de valorizar práticas ligadas à identidade, ancestralidade e economia popular regional. A iniciativa foi idealizada por Thiancle Araújo e Ito de Bêga, que pretendem reunir documentos jurídicos e históricos utilizados em Sergipe para embasar ações de proteção cultural na Bahia. Durante o encontro, foi destacada a importância de reconhecer que a tradição não configura ato criminoso nem envolve o uso de armas, mas sim práticas culturais de longa data.


As discussões reforçaram a necessidade de respeitar regras locais e associações comunitárias, com definição de dias, horários e locais específicos para a soltura segura dos artefatos. Também foi dada ênfase ao papel das mulheres fogueteiras, que são fundamentais na produção dos artefatos e na preservação da cultura ancestral, especialmente em comunidades quilombolas.


Além do impacto cultural, a prática movimenta a economia regional ao beneficiar diretamente setores ligados à produção artesanal, turismo e comércio local. Estudiosos da Bahia, Sergipe e Alagoas já reconhecem a tradição como patrimônio imaterial, reforçando o apelo por sua regulamentação e preservação.